quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Símbolo, Simbologia da Forma e da Cor


Sobre o poder dos símbolos ao nosso redor, compreendem-se as relações da espécie humana com o mundo desde o início dos primórdios. “Ao longo de toda a história do homem, [os símbolos]foram empregados por concentrar as misteriosas forças à nossa volta, e os homens sempre respeitaram e honraram o poder dos símbolos. Desde os primeiros desenhos das cavernas até o hieróglifos egípcios e a estrela de Davi, os símbolos deram significados às misteriosas forças que nos rodeiam. Eles permitem destilarmos nossas intenções por meio de seus significados.” (LINN, Denise, Espaço Sagrado, p.181.
Nas antigas civilizações, a busca por simbologias era essencial ao bem estar dos indivíduos. O poder próprio encontra-se na resistência constante à moda e às adaptações culturais. O tempo de uso, por sua vez, energiza e fortalece seu acesso na consciência coletiva. Assume-se enfim que têm força vital própria; sendo miniestações transmissoras de energia sutis integram-se dessa forma à nossa realidade.

AS TRÊS FORMAS FUNDAMENTAIS

CÍRCULO

Foto: Graciela Selaimen, Weimar
Eternidade, perfeição, unidade universo, totalidade.
Grande Mistério.
Concepção de vida circular (nascimento, morte e renascimento).
Rotação e translação do Universo.
Movimento de nascente e poente do Sol, assim como da Lua.

TRIÂNGULO

Foto: Graciela Selaimen, Weimar
Poder piramidal, corpóreo, mental, espiritual.
Mãe, pai e filho.
Passado, presente e futuro.
Santíssima Trindade.
Aspiração aos planos superiores.
Alma humana: estrela de seis pontas (Selo de Salomão).
Proteção.
Atividade e dinamismo.

QUADRADO

Foto: Graciela Selaimen, Weimar
Quatro elementos: ar, água, fogo e terra. 
Quatro direções.
Quatro estações.
Estabilidade e força.
Materialismo.
Progresso, prosperidade e abundância.

Sobre a relação forma e cor, de modo frio e intelecto Kandinsky - professor da escola progressista Bauhaus de Weimar - estabelece a seguinte teoria sobre o efeito de certas cores ser reforçado por determinadas formas. “A fim de testar esta tese, elaborou um questionário que deveria ser preenchido pelos alunos do atelier de pintura mural: as três formas geométricas fundamentais – o triângulo, o quadrado e o círculo – deveriam ser pintadas com as cores primárias que parecessem mais apropriadas, segundo a opinião dos participantes. A grande maioria dos estudantes atribuiu o amarelo ao triângulo, o vermelho ao quadrado e o azul ao círculo, confirmando assim a teoria de Kandinsky  sobre a relação entre a cor e a forma. O passo seguinte consistia em encontrar as formas geométricas que corresponderiam às cores binárias, nomeadamente o verde, o laranja e o violeta.” (Wassily Kandinsky 1866-1944 Em busca da abstração).

Wassily Kandinsky 1866-1944 Em busca da abstração




Dessa forma apresentam-se 
relações espaciais e princípios de tensão estabelecendo 
sinestesia. Segundo “Do Espiritual na Arte” (Kandinsky), a 
equivalência do timbre amarelo-pontiagudo torna a percepção 
da cor reforçada pela combinação da forma em ângulo, sendo o 
efeito das cores tendencialmente o de aprofundamento, assim 
como o azul é reforçado por formas redondas.

A SIMBOLOGIA DA COR

A cor é um meio de observarmos e nos relacionarmos com a luz. Seu efeito é direto e poderoso, se observarmos expressões que usamos tais como Estou na minha zona cinza hoje, Foi uma segunda feira negra, Ela está realmente se sentindo cor de rosa, Ele olha a vida com óculos cor de rosa, Ele viu tudo vermelho, Ela estava vermelha de raiva, Amarela de inveja, Roxa de ódio, Ele viu um passarinho verde, Dia branco, etc. Seu lugar se faz importante em todas as áreas de nossas vida.
A cor nada mais é um por cento do total do espectro eletromagnético solar que alcança a superfície da Terra. A luz visível, a cor, é uma pequena parte do espectro eletromagnético do comprimento das ondas, ao passo que as radiações das outras ondas eletromagnéticas não são visíveis aos nossos olhos. Essa resposta humana à luz visível tem sido desenvolvida lentamente desde o início da existência do homem, fortemente enraizada em nosso sistema nervoso – atuando sobre nós psíquica, emocional e espiritualmente.
A reação dos indivíduos às cores têm significados que transcendem as diferenças culturais e são profundamente enraizados. O espectro da nossa consciência não está separado do espectro da luz.

VERMELHO
Ação
Força
Coagem
Resolução
Saúde
Vigor
Sexualidade
Revitalizante
Estimulante
Poder
Dinamismo
Tenaz
Adrenalina
Fogo
Entusiasmo
Atividade
Passional
Excitante
Objetividade
Ação

LARANJA
Acolhedor
Estimulante (mais leve e mais alta vibração que o vermelho)
Felicidade
Social (usada por palhaços de todo o mundo)
Otimismo
Expansividade
Equilíbrio emocional
Confiança
Troca
Luta
Automotivação
Mudanças
Entusiasmo
Senso de comunidade
Tolerância

AMARELO
Intelecto
Calor
Extroversão
Discriminação mental
Organização
Atenção ao detalhe
Avaliação
Inteligência ativa
Objetivos acadêmicos
Disciplina
Administração
Exaltação
Sinceridade
Harmonia
Expressão
Liberdade
Concentração
Clareza
Estimulante
Flexibilidade

VERDE
Equilíbrio
Harmonia
Paz
Esperança
Crescimento
Saúde
Fartura
Renovação
Leveza
Relaxamento
              
AZUL
Verdade interna
Paz interior
Ideais
Inspiração
Criatividade
Compreensão
Devoção
Gentileza
Contentamento
Paciência
Serenidade

PÚRPURA
Calma
Suavidade
Conforto
Mediunidade
Intuição
Ilusão
Inspiração
Futuro
Sintonia
Perspectiva
           
BRANCO
O branco engloba todas as cores. Vibrações brancas são as ais rápidas das ondas do espectro cromático. Seus efeitos em nosso ser são a divina realização, humildade, imaginação criativa, purificação, transforma o centro da imaginação, harmonia espiritual, amor divino, pureza, perfeição, estéril, limpeza, claridade, frieza, inatingível, aberto, expansão, repele.

PRETO
Mistério, desconhecido, visionário, sonhador, fechado, contração, dormência, germinar, absorve, silêncio, quietude, fim e começo, ausência de cor, mundo interior.


Bibliografia
·      BECKS-MALORNY, Ulrike, Wassily Kandinsky 1866-1944 Em busca da abstração, ed. Taschen
·      LINN, Denise, Espaço Sagrado, ed. Bertrand Brasil, 4ª edição, tradução Elizabeth Rocha Souza

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Fotografia Básica + Arte da Colheita


"Muito curioso você falar em estar inspirada..."
(Vivi, dia vinte e três de agosto no ano doze)

Inspiradora novidade
Um artigo claro por olhar de Viviane.
Ilustração: Eu Mesma (22/08/2012)

De vez em quando conhemos ou reconhecemos pessoas raras e fazeres igualmente raros. Não digo "de vez em quando" para expressar algum tipo de "sorte" ou coisa parecida. Digo "de vez em quando" porque é só "de vez em quando" que a correria do dia-a-dia permite que esses encontros aconteçam. Ou melhor: é só "de vez em quando" que tudo dá certo para percebermos esses encontros. Acontece que ultimamente ando percebendo esses encontros cada vez mais.

Funciona mais ou menos assim: uma pessoa te passa um ensinamento que tem tudo a ver com aquele momento da sua vida. Vou chamar de momento 1. Acontece uma reflexão sobre o que foi dito e logo em seguida - momento 2 - você conhece um novo alguém que complementa o saber que te foi passado no momento 1. E, de repente, não mais       que de repente, essas pessoas também estão se conhecendo, se admirando, conhecendo e admirando o trabalho umas das outras.

Cosmicamente, várias formas de expressão e arte se encontraram hoje e acabei conhecendo um trabalho que é uma inspiradora novidade.

Uma jovem de olhar profundo abre um estojo gigante de madeira e o transforma numa prancheta - daquelas que desenhistas e arquitetas/as usam. A moça tinha um perfume revolucionário, misto de criatividade, sensibilidade, percepção e um leve toque de certeza sobre o que estava para fazer - digo leve porque nem de longe essa certeza pode ser confundida com arrogância.

Pois bem. A oficina era de fotografia básica para mulheres líderes de comunidades do Rio de Janeiro e acontecia num instituto de arte.

A moça, então, espalha suas cores, lápis e canetas. Pega fita para fixar o papel na prancheta.

Todas e o Felipe (bendito entre as mulheres) olham para ela. Olhamos aquele desenvolvimento sem saber muito bem (nem pouco bem) no que aquilo ia dar.

Eis que surgem os dois primeiros papéis.

A partir daí não é difícil concluir ou entender que no dia 22 de agosto de 2012 aconteceu alguma coisa que envolveu fotografia básica, arte, Valda NOgueira, o Complexo da Maré, histórias grandes, histórias pequenas, blá-blá-blá e um importante questionamento: Qual é o seu olhar sobre mundo?

Caramba. Percebemos, ao final do trabalho da moça que ao invés de um registro burocrático - resumo que muitas vezes temos de respirar para ler, de tão chato - temos uma ata gráfica da nossa atividade, cheia de cores, de tamanhos, de perspectivas, de sombras; de tantos estímulos...

Esse é o meu registro, inspirado por esse trabalho tão inovador, feito por pessoa tão especial.

E essa é a Julia - a artista, a técnica, a arquiteta, bem... a autora.